COMO MELHORAR A F-1 – 09/06/1995

São sempre muito divertidas as discussões entre os defensores da F-1 e os new-fans da Indy para se saber qual é a melhor. Os americanóides defendem a turma de Fittipaldi & cia. baseados no argumento da competitividade e do respeito ao público, que nunca sabe quem vai ganhar as corridas até a última volta. (Em geral, o público nos EUA não sabe quem ganhou nem depois da corrida, o que não quer dizer muito, porque para americano o que importa é ter o que fazer aos domingos, e se ele puder ir a algum lugar onde um monte de gente também vai, para ver uma porção de carrinhos coloridos correndo um atrás do outro e alguns, eventualmente, se espatifando no muro, OK, o fim de semana está ganho.) Apesar de concordar com quase tudo com a mesma ênfase com que discordo, arrisco alguns palpites para melhorar a F-1, já que é dela que vivo no momento. No dia em que for para a Indy, farei algumas sugestões, também. Pois vamos a elas: 1) Pilotos com mais de 30 anos só podem se inscrever no Mundial se tiverem algum parente em outra equipe. Um sobrinho, primo, irmão ou afilhado. Se não houver ninguém na família, azar. Mude de família. 2) Criação da bandeira rosa. Ela será acionada quando houver algum acidente na pista. Até a liberação, os carros ficam em fila indiana, as diferenças de tempo são eliminadas e estarão criadas as relargadas. Não tem nada a ver com o que acontece na Indy, onde a bandeira é amarela. São cores totalmente diferentes. 3) Duas largadas: uma com os carros parados, para a volta de apresentação, e outra com os carros em movimento, assim que o diretor de prova mostrar a bandeira do Botafogo e o pace-car der um cavalo-de-pau na entrada dos boxes. Muito mais criativo, podem crer. 4) Apenas dois mecânicos autorizados a trabalhar nos carros nos pit stops. Um para reabastecer, outro para trocar os quatro pneus. Mas atenção: só um box estará equipado para o serviço. As filas serão imensas nos pits, dando tempo ao público de ir buscar um cachorro quente atrás das arquibancadas, ou uma cerveja na cozinha. 5) Número de voltas dos GPs indeterminado até momentos antes da largada. Quando todos tiverem alinhado, o diretor mostra uma placa indicando a duração da prova. Mínimo de duas, máximo de 500. O valor seria definido através de um sorteio em Brasília, com transmissão ao vivo para todo o mundo, exceto para o país onde acontece a corrida. 6) Obrigatoriedade do uso de dublês, pelo menos quatro, em todas as corridas. Um sorteio determina quais pilotos ficarão de fora por GP para dar lugar a personalidades importantes de cada país. Só no final da corrida seriam revelados seus nomes, o que é garantia de prender a atenção do público. No Brasil, por exemplo, poderiam ser escalados o Tony Ramos, a Camila Pitanga, o José Sarney e a Aracy Balabanian. Na França, François Miterrand, Platini, Jean-Paul Gaultier e Isabelle Adjani. Na Espanha, Antonio Banderas, no Japão, Kazuo, na Inglaterra, Margareth Thatcher, e por aí vai. São pequenas sugestões, modestas, nada mais. Não cobro nada por elas.

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