O MELHOR DA ESCÓCIA – 10/03/2005

Vamos combinar uma coisa: não me perguntem o que achei das novas regras, se com elas a F-1 vai ficar mais competitiva, ou se por causa delas o Schumacher finalmente vai perder um campeonato. Isso eu não sei dizer, aliás sei, a resposta é não para as duas. Dá para resumir tudo assim: os pneus não foram problema e não devem ser ao longo do ano (os do meu carro têm 50 mil km e estão novos, por que um pneu de F-1 não pode durar 350 km?); motores para dois GPs só servem para cortar custos (o motor do meu DKW tem 150 mil km e nunca trocou nem junta, por que um motor de F-1 não pode durar 1.200 km?); o novo formato de classificação é interessante e não vai causar tantas surpresas assim, a chuva de sábado é que embaralhou tudo e embaralharia do mesmo jeito se o grid fosse definido num treino só.

Agora vamos ao que interessa: a melhor coisa do GP da Austrália. Chama-se David Coulthard. Aliás, falei dele outro dia aqui, o que resulta num exagero de Escócia neste espaço, justo eu que não gosto mais de uísque.

Fosse esperto o governo escocês, e plagiaria a campanha de seus colegas brasileiros, aquele negócio de não desistir nunca. “Sou escocês e não desisto nunca”, apareceria David em outdoors de Edimburgo, duas fotos lado a lado, numa cabisbaixo na McLaren, na outra sorridente na Red Bull. Ou então “O melhor da Escócia são os escoceses”, estrelando DC num comercial de TV.

Novidade de verdade em Melbourne foi Coulthard, andando na frente dos dois carros da McLaren, dos dois da Williams, namorando o pódio, brigando por ele, guiando como devem guiar os grandes pilotos.
Uma atuação que deveria deixar a Ford envergonhada por sua incompetência em cinco anos de gestão da Jaguar, depois de pegar um time redondinho, a Stewart, e transformá-lo numa coisa patética e desprezível.

Uma atuação que deveria deixar Ron Dennis se perguntando: onde foi que errei com esse rapaz?

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